sexta-feira, 27 de julho de 2012

IBAMA apreende madeira ilegal.


850 m³ de madeira foram apreendidos no rio Curuatinga


O Ibama apreendeu no final de semana passado duas balsas carregadas com cerca de 850 m3 de madeira em tora (o equivalente a 45 caminhões carregados) no rio Curuatinga, no Oeste do Pará. Segundo informações da assessoria de imprensa do Ibama, as embarcações, cujo destino era uma grande madeireira de Belém, foram interceptadas de helicóptero antes da carga receber documentos fraudados que permitiriam que a madeira chegasse ao mercado como se fosse legal. Além de perder as balsas, os responsáveis pelo transporte irregular foram multados em R$ 255 mil.


“O produto florestal receberia guias fraudadas, vindas de um plano de manejo que integra o esquema ilegal de ‘esquentamento’ de madeira na região, tão logo alcançasse o rio Amazonas”, explica o analista ambiental Vinicius Costa, que coordenou a ação. Segundo ele, as toras foram extraídas sem autorização, das florestas às margens do Curuatinga, onde não existem planos de manejo em execução que produzam madeira legal.


Hugo Américo: "IBAMA será rigoroso"


Segundo o diretor do Ibama em Santarém, Hugo Américo Schaedler, mais operações com esse objetivo serão deflagradas. Na operação mais recente, os agentes federais do Ibama flagraram as balsas a 60 km do rio Amazonas, quando fiscalizavam seus afluentes, na região do rio Curuá-una. Um dos objetivos era verificar a movimentação de balsas suspeitas e os portos de estocagem de madeira clandestina nas margens dos rios.

Com o apoio de integrantes da Policia Militar, as embarcações apreendidas foram escoltadas até Santarém. Toda a madeira será doada à Defesa Civil, após a conclusão dos processos junto ao Ibama, e serão utilizadas em projetos que beneficiem as vítimas das enchentes na região.


Combate à corrupção: Em recente entrevista à nossa reportagem, o gerente do Ibama, Hugo Américo Schaedler, disse que o madeireiro ilegal está cada vez mais se superando, tentando por todos os meios fraudar até mesmo o sistema de fiscalização feito pelos fiscais do Ibama, por métodos eletrônicos, mas combate continuará. Hugo Américo  destacou a Operação Malha Verde, realizada nos meses de março até meados de abril deste ano, como um dos choques mais fortes, feitos até então por fiscais do Ibama, em cima dos madeireiros ilegais e criminosos ambientais. 


O resultado desta operação foi mais que positiva, porque várias empresas foram investigadas, haja vista que declaravam movimentação bastante alta nos sistemas oficiais, Dorf e Sisflora, que movimenta guias florestais: “Fizemos auditoria nos sistemas e verificamos que várias empresas que apresentavam movimentação alta só existiam no papel. Chegávamos no local para constatar e a empresa era um casebre ou algo que não existia, apenas virtualmente”, conta o gerente do Ibama. O pior, é que a madeira declarada só existia virtualmente, pois outras eram derrubadas, a documentação “aquecia” a transação ilegal. No entender de Hugo Américo, se for feito um combate a esse esquema, será mais difícil para o madeireiro ilegal “esquentar” o documento e ludibriar a fiscalização. “Se ele não tem como guiar ilegalmente essa carga que está sendo transportada, será mais difícil a derrubada dessa madeira”, explicou o gerente do Ibama.


Esquema ilegal: O maior combate imposto aos fraudadores, feito pelos fiscais do Ibama, tem sido a aplicação da lei. “Inserir informação falsa em sistemas oficiais é crime”, disse Hugo Américo, explicando que: “A multa vai de R$ 1.500 reais até um milhão de reais, além de enquadramento por formação de quadrilha e tem também a questão fiscal”. Hugo Américo explica que “crime ambiental não é apenas desmatamento, a evasão de divisas, o que o Estado perde de arrecadação, com nota fiscal, com impostos é muito grande. E quem paga essa conta é o cidadão”, cita Hugo Américo. A carga tributária aumenta muito para o cidadão.


Funcionários corruptos: Vários servidores públicos, inclusive do Ibama, já foram demitidos, por corrupção e associação com esquemas ilegais. Recentemente, no Ibama de Roraima, oito servidores foram presos, e também servidores do Iterpa e do órgão ambiental local, junto com empresários ilegais, participantes do “esquema” corrupto. “No total foram 40 pessoas presas, inclusive o chefe da fiscalização”, lembra Hugo Américo. E se por ventura esse “esquema” acontecer em Santarém? “Com certeza nós vamos cortar na carne, apurar para poder demitir”, sentenciou Hugo Américo.

Por: Carlos Cruz

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