Uma nova reunião com o objetivo de definir o rumo da greve
dos docentes de instituições federais deve acontecer às 14h desta terça-feira.
Na tarde da última segunda-feira, o governo federal por meio de membros do
Ministério do Planejamento, apresentou uma proposta que foi rejeitada por
unanimidade pela categoria. Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes de
Instituições de Ensino Superior (Andes), a rejeição de uma proposta em 100% das
assembleias aconteceu pela primeira vez na história da categoria.
Desde o dia 17 de maio os professores das universidades
federais de todo o Brasil estão em greve, reivindicando de forma prioritária a
reestruturação da carreira, ou seja, um plano de carreira unificado, com 13
níveis salariais, com diferença de até 5%.
Na última segunda, durante reunião que durou quatro horas, o
governo apresentou R$ 3,9 bilhões em reajustes salariais para os próximos três
anos. Segundo a presidente do Andes, Marinalva Oliveira, a proposta não atende
às reivindicações da categoria e desestrutura ainda mais a carreira dos
docentes.
"A proposta coloca uma série de elementos que dificultam
a progressão da carreira dos professores. É uma proposta muito ruim",
afirma a presidente do sindicato. Segundo ela, a categoria estranha que o
governo se mostrou surpreso com a rejeição unânime. "Mostramos documentos
que provam que esta proposta atrasa a carreira dos nossos docentes, mas mesmo
assim o governo federal mostrou-se surpreso", afirma Marinalva e ainda
destaca que "a categoria nunca rebateria uma proposta que fosse boa".
Diante da rejeição, o governo marcou a reunião desta terça
com o objetivo de reavaliar a posição adotada pela categoria na última segunda,
assim como possíveis alterações na proposta.
O Ministério do Planejamento afirma que a negativa de um
investimento em reajustes salariais no valor total de R$ 3,9 bilhões é uma
atitude complicada por parte dos sindicatos. A pasta não afirma a chance de uma
contraproposta ser apresentada nesta terça, mas adianta que provavelmente o
valor não deve mudar. "Se houver alguma mudança, será pontual", diz.
O Andes argumenta que a proposta de reajuste salarial
apresentada deixa 75% da categoria com perda salarial. "Pode ser oferecido
um valor alto, mas quando redistribuído há desvantagens para os professores e
isso barra a evolução da carreira", argumenta a presidente do sindicato.
Servidores
A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal
(Condsef) afirma que os docentes federais são a única categoria que tem uma
proposta oficial apresentada em mesa. A greve dos servidores teve início em 18
de junho, segundo a Condsef. Após um mês e seis dias do comando de greve por
tempo indeterminado, o País tem 300 mil servidores públicos de braços cruzados
em reivindicações salariais.
Segundo o secretário-geral da Condsef, Josemilton Costa, na
última semana houve uma reunião com o governo na qual nada foi concluído. Uma
nova reunião está marcada para a próxima terça-feira, 31. De acordo com a
confederação, apenas as categorias de base da Condsef representam 80% de todos
os servidores do Executivo federal que aderiram à greve nacional.
(Agência Estado)
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