O Banco Central não esconde seu alívio apenas porque o nível
de calote no crédito começa a passar sinais de que pode parar por aí.
Nesta quinta-feira, ao apresentar dados atualizados da
execução da Política Monetária, o chefe do Departamento Econômico do Banco
Central, Túlio Maciel, anunciou a “perspectiva de comportamento melhor da
inadimplência” como ponto alto das novas condições do mercado de crédito.
E isso numa semana em que alguns dos maiores bancos do Brasil
divulgaram balanços trimestrais, nos quais ficaram registrados forte avanço da
inadimplência e necessidade de reforço de provisões para enfrentá-la.
Crédito é operação tão velha quanto a sé de Braga, mas no
Brasil teve de ser reinventado. A desorganização das finanças públicas e a
inflação nos anos 70, 80 e 90 definharam o financiamento bancário. Outros tipos
de crédito, sobretudo o comercial (entre empresas e entre o comércio e o
consumidor), prosperaram. Mas os bancos pegaram uma moleza que atrofiou seu
principal negócio: emprestar dinheiro. Passaram a despejar recursos em títulos
do Tesouro (operações de tesouraria), durante décadas o tomador quase exclusivo
do crédito no País.
Por não contar com crédito e para azeitar negócios no varejo,
o Brasil inventou a jabuticaba (só dá por aqui) que se chama consórcio, em
processo de esvaziamento.
E foram as aplicações de tesouraria que levaram bancos a
desaprender seu principal ofício. Antes de morrer, em 2001, o banqueiro Gastão
Vidigal (antigo Grupo Mercantil) reconhecia ter desaprendido seu negócio: não
sabia mais fazer operações de crédito. Desconhecia como avaliar cadastros e
fazer análises de risco. Os gerentes dos bancos haviam sido treinados para
sorrir para a clientela, vender CDBs e empurrar essa enganação chamada título
de capitalização – mais bilhete de loteria do que aplicação financeira.
A queda da inflação, certa disciplina fiscal e a melhora da
renda do brasileiro médio empurraram os bancos de volta ao crédito. Mas, na
ânsia de ganharem participação de mercado, atiraram-se ao negócio sem os
devidos cuidados e sem corpo técnico apto para avaliação adequada de riscos e
renegociação de passivos. Daí o salto da inadimplência.
Ainda assim, não há nenhum fator sistêmico que coloque em
dúvida a solidez dos bancos brasileiros. Não há por aqui, nem de longe, os
abusos e as bolhas dos Estados Unidos e da Europa – fatores que atiraram a
economia global na crise da qual não sairá tão cedo.
O governo Dilma ficou decepcionado com os bancos por terem
pisado no freio. Essa desaceleração foi necessária para retomar as operações de
crédito em bases gerenciais mais consistentes. Mas é pouco. Os juros despencam
e isso deveria ser levado em conta não só nos novos financiamentos, mas também
nos antigos, firmados com juros do olho da cara.
Se querem derrubar mais rapidamente sua lista de
inadimplentes, os bancos, despreparados hoje, terão de ser mais ágeis na
renegociação em novas bases dos contratos de financiamento. Como o governo tem
grande interesse na expansão firme do crédito, o Banco Central não deveria se
limitar a querer mais provisões. Deveria exigir mais renegociação de passivos.
CONFIRA
O gráfico traz a expansão em 12 meses do estoque do crédito. Em dezembro, era de 49,1% do PIB. Ao final do primeiro semestre, de 50,6% do PIB. Nos últimos meses, o nível da inadimplência, mais alto do que o esperado levou os bancos a frear operações. Até o final deste ano, deverão ter crescido alguma coisa em torno dos 15%.
Descuido. O Santander fez provisões insuficientes para o
nível de inadimplência de sua carteira de crédito – apontam os analistas do
Credit Suisse. O balanço trimestral do banco foi mais decepcionante do que
foram os balanços do Bradesco e do Itaú.
26 de julho de 2012 | 20h08
Celso Ming
DEPUTADO FEDERAL LIRA MAIA VISITA NOVO
PROGRESSO.
Deputado Federal Lira Maia visita Novo Progresso e da entrevista na Radio Cultura FM 87.9.
O Deputado Lira Maia visitou nesta sexta feira dia 27/07 a
cidade de Novo Progresso, e em sua visita conversou com pré-candidato a
vice-prefeito o Sr. EDIO ROSA ex Radialista e comunicador, os dois tiveram uma
longa conversa, o deputado Lira Maia reafirmou o apoio para o município e a
toda a população.
O povo agradeceu sua visita e espera em breve o seu retorno
em nossa cidade, o pré-candidato a vice-prefeito também agradeceu pela sua
visita em nosso município.
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