Santa Casa.
UTI Neonatal e Unidade de Cuidados Intermediários (UCI)
lotadas, bebês prematuros em estado grave internados nas salas de partos e até
mulheres mantidas nos corredores depois de dar à luz. Este é o quadro
denunciado por médicos da Santa Casa ao Sindicato dos Médicos do Pará
(Sindmepa) que decidiu entrar hoje com uma representação no Ministério Público
do Estado (MPE), no Conselho Regional de Medicina (CRM) e na Divisão de Investigações
e Operações Especiais (Dioe), da Polícia Civil, contra a direção do hospital.
A decisão foi tomada depois de o Sindmepa ter recebido
denúncias de uma médica pediatra. Isso depois de outro pediatra ter registrado
um Boletim de Ocorrência contra o hospital pelo mesmo motivo. A denúncia levou
o governador Simão Jatene a visitar a Santa Casa, três dias depois, quando
anunciou a inauguração de dez leitos de UTI que ainda não estão funcionando,
segundo os médicos.
Segundo o Sindmepa, as circunstâncias narradas pelos médicos
“ferem os mais flexíveis protocolos de prevenção à infecção hospitalar e estão
colocando em risco a vida dos recém-nascidos e das mães; ademais, a
superlotação e a falta de estrutura de atendimento estão causando estresse e
riscos aos profissionais envolvidos”.
“A Santa Casa está assim porque a maioria dos hospitais
particulares não está recebendo bebês do SUS”, disse o secretário de
Comunicação do Estado, Ney Messias Jr., via Twitter. “Se os médicos que estão
denunciando a Santa Casa querem ajudar, deveriam denunciar os hospitais
particulares que não estão recebendo bebês do SUS”.
Segundo o secretário, uma diária de UTI neonatal num hospital
particular “custa a bagatela de R$ 5 mil… enquanto o SUS não paga nem metade
disso”.
A presidente da Fundação Santa Casa de Misericórdia, Maria
Eunice Begot, informou que o valor de uma diária em UTI Neonatal pelo SUS é de
R$ 1.000, que pode chegar até R$ 2.800 nos hospitais particulares. “A
justificativa (dos hospitais particulares) está na carência de médicos
neonatologistas e anestesistas, principalmente durante plantões. Além disso,
sabemos que alguns hospitais recebem auxílio da Rede Cegonha, do Ministério da
Saúde, portanto, não tem por que faltar profissional nem estrutura”, disse
Begot.
Fonte: Diário do Pará
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