A imprensa
tem noticiado constantemente várias matérias polêmicas sobre a situação dos
índios no Brasil. A revista VEJA (n. 2273 - 13/6/2012) recentemente trouxe uma
matéria com alguns dados que merecem uma
reflexão profunda.
A VEJA
afirma que os índios ocupam 13,2% do território nacional, apenas 502.000, o que
dá 224,5 ha/hab., e a Funai estuda criar mais 141 áreas para eles; e o CIMI
(Conselho Indigenista Missionária) reivindica outras 323. Nas cidades
temos 0,06 ha/hab, onde estão 84,5% dos brasileiros. E milhões vivem em
pequenos cortiços nas favelas. Os assentamentos rurais ocupam 22 ha/hab.
A matéria da
Revista afirma que: "Em boa parte das reservas, antes fazendas produtivas,
o cenário é de abandono e a população sobrevive de benesses do governo."
Na mesma
matéria o conceituado filósofo Dr. Denis Lerrer Rosenfield, diz que: "A
política indigenista atual pretende que os índios vivam como na era
cabralina". "É uma anomalia antidemocrática".
Diz VEJA que
o CIMI "incentiva os índios a invadirem terras para facilitar a demarcação
e avançar em seu objetivo de criar a "nação guarani", que seria
independente do estado brasileiro".
"Enquanto
O Cimi, a Funai e as ONGs cuidam de seus interesses políticos, a vida dos
índios deteriora. A miséria, a dependência
do álcool, e drogas, estão presentes tanto nas aldeias novas quanto nas
antigas... Dentro das aldeias o tráfico de drogas prospera, mesmo com a presença de uma equipe
da Guarda Nacional"
"Há
muitos viciados em crack aqui. Meu filho abandonou a mulher e os filhos , conta
a índia terena, Marcilia Figueiredo de Jaguapiru. O álcool é onipresente.
Famílias inteiras vagam embriagadas. O cenário é desolador. As construções
estão em ruínas e os 1272 hectares da área são aproveitadas para o cultivo de
hortas diminutas de mandioca, abóboras e abacaxis."
O livro
"A Farsa Ianomâmi", escrito pelo coronel do Exército Carlos Alberto
Lima Menna Barreto (Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, 1995) prova
com inúmeros documentos, a farsa do século passado, que foi a criação da Terra
Indígena Ianomâmi (TI Ianomâmi). Segundo Menna Barreto, "o blefe foi
arquitetado por uma fotógrafa belga, Cláudia Andujar, que reuniu algumas
tribos, que não tinham nenhuma relação entre si, e criou a "nação
imemorial dos ianomâmis", com o total apoio dos caciques brancos de
Brasília".
Uma notícia
da Folha de São Paulo (16/6/2012) afirma que:
"O STJ
(Superior Tribunal de Justiça) suspendeu a ampliação de uma reserva indígena
caiabi, na divisa entre Mato Grosso e Pará. O início da demarcação estava
marcado para o dia 22, depois de uma portaria do Ministério da Justiça
determinar a ampliação da reserva. Com a expansão, a área ocupada pelos índios
passaria de 117 mil hectares para mais de 1 milhão de hectares. Caso a liminar
seja derrubada, o município de Apiacás (MT) pode ter 75% de sua área cedida aos
índios. "A população está apreensiva, preocupada e revoltada", disse
o prefeito Sebastião Trindade. Segundo o prefeito, 50% do território já foi
cedido para um parque indígena. Ao todo, 300 produtores rurais, entre
pecuaristas e agricultores, podem perder terras. A Funai disse que recorrerá da
decisão do STJ".
Em
25/02/2007, o "Jornal do Brasil" publicou uma matéria: "O
Governo vai entregar mais um pedaço do Brasil para as tribos indígenas".
Nesta matéria os indígenas são apresentados como brabos, indolentes ou "guerrilheiros". (JB, pág.02 - País).
O renomado
jurista e professor Dr. Ives Gandra, em um artigo publicado na Folha de São
Paulo (21/12/2008) afirma que "Um território correspondente a 11 cidades
de São Paulo - o que valeria dizer, se habitado nos moldes dessa metrópole, a
mais de 110 milhões de brasileiros - foi praticamente assegurado pelo Supremo
Tribunal Federal para apenas 18 mil índios. Pela decisão de oito eminentes
julgadores daquela corte, os brasileiros lá residentes há décadas terão que se
retirar para que um museu do índio vivo seja preservado e para que possam eles
caçar, pescar e admirar a paisagem".
O jurista
lembra que "o Brasil assinou declaração universal de autodeterminação dos
povos indígenas na ONU, enquanto Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e
Canadá, que têm índios, não assinaram".
A Revista
Istoé, (20/02/2008) publicou a matéria "O garoto índio que foi enterrado
vivo". A mesma diz que Edson Suzuki, diretor da ONG Atini afirma:
"Não se pode preservar uma cultura que vai contra a vida"; a afirma
que a Funai faz vista grossa ao
infanticídio de algumas
tribos".(http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/1998/artigo72492-1.htm)
Em
06/04/2008, uma matéria da Folha de São Paulo, "Infanticídio põe em xeque
respeito à tradição indígena" de Ana Paula Boni, trata desta triste
questão. Mostra que faz parte da tradição da etnia kamaiurá que gêmeos devem
ser mortos ao nascer porque são sinônimo de maldição. A ONG Atini, que combate
a prática, por meio de sua irmã Kamiru, desenterrou o menino Amalé, condenado a
morrer por ser filho de mãe solteira.
O
antropólogo Bruce Albert, da CCPY (Comissão Pró-Yanomami), diz que, para os
yanomamis, "só as crianças às quais se podiam dar a chance de crescer com
saúde eram criadas".
Neste debate
é lamentável a posição do missionário Saulo Ferreira Feitosa,
secretário-adjunto do Cimi, que afirma: "Ninguém é a favor do
infanticídio. Agora, enquanto prática cultural e moralmente aceita, não pode
ser combatida de maneira intervencionista."
Será que não
está se dando aos índios um tratamento paternalista e assistencialista que os
prejudica muito mais do que os promove humanamente?
Será que o
CIMI está de fato evangelizando esses índios, levando-os ao batismo e aos
demais sacramentos como fazia José de Anchieta, Manoel de Nóbrega e os
primeiros missionários dos silvícolas? Ou será que eles estão tendo apenas
garantido mais terras?
Será que não
seria melhor dar aos índios a mesma civilização dos brasileiros, já que eles
desejam estudar, usar computador, automóveis e celular?
É correto no
século 21 manter os índios ainda vivendo como selvagens da época cabralina?
Certa vez o senhor bispo Dom Redovino Rizzardo, bispo de
diocese de Dourados, criticou o indigenismo realizado em Mato Grosso -
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