Procuradores denunciam abandono em
áreas que deveriam ser protegidas
Pará - O
Ministério Público Federal no Pará criticou, nesta quinta-feira (12), o
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) pela situação de
abandono em assentamentos do estado e pela falta de políticas de reforma
agrária para a Amazônia.
Em nota
divulga no site do órgão, os procuradores do MPF afirmam que falta estrutura no
Incra para combater o desmatamento na região. O problema “se traduz em altas
taxas de desmatamento, ausência de licenças ambientais, desvio de verbas
públicas, venda de lotes e reconcentração fundiária”, disse a nota.
Para os
procuradores, a reforma agrária na Amazônia é uma obrigação constitucional em uma
região com “altos índices de grilagem e conflitos agrários”. “Quem se beneficia
com essa situação, são madeireiros, carvoeiros e grileiros”, afirmou o
procurador da República Felício Pontes Jr.Nos últimos anos, segundo informou a
assessoria, o MPF entrou com diversas ações judiciais em defesa da reforma
agrária. Para os procuradores, o governo não tem sido capaz de resolver o
problema fundiário no estado.
“Em vez de
evitar conflitos e assegurar o cumprimento da função social da terra, que são
os objetivos constitucionais da reforma agrária, o programa vem sendo
desvirtuado e enfraquecido, sendo inclusive causa de conflitos”, afirma o
procurador da República Daniel Azeredo Avelino, responsável pela mais recente
ação judicial contra o Incra, por causa das altas taxas de desmatamento.
Na ação, o
MPF pediu à Justiça que proíba a criação de novos assentamentos sem licença
ambiental.
Incra nega
responsabilidade por desmatamentos
Em nota, o
Incra nega inoperância e rebate as críticas dos procuradores do MPF no Pará. As
informações divulgadas pelo Ministério Público “incorporam áreas que não estão
mais sob administração do Incra, como por exemplo, os Projetos de Colonização
da década de 70, bem como outros já emancipados”, disse o Incra.
“O processo
de desmatamento vem diminuindo, principalmente desde a década de 2000. O
desmatamento nos assentamentos da região teve uma redução de 66% em área,
correspondente ao período de 2005 a 2011. Em 2011 esse desmatamento representou
18% do total desmatado. Portanto, não é verdadeira a afirmação veiculada de que
o desmatamento em assentamentos representa 1/3 e, sim, 1/5 do total”, afirmou o
órgão.
Segundo
divulgou a assessoria da autarquia, “o Incra não tem medido esforços nas suas
medidas para manter a floresta em pé” e que não é verdadeira a afirmação de que
os servidores do Incra incentivam o desmatamento nos assentamentos. “Pelo
contrário, todas as ações orientam para manter a floresta em pé”, diz a nota.
Fonte: G1
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