Orlandeli
José Serra concedeu nesta terça (14) uma entrevista à Rádio Jornal, de Pernambuco.
Numa das primeiras perguntas foi inquirido sobre suas intenções em relação a um dos pilares da plataforma da rival Dilma Rousseff:
Vai acabar com o Bolsa Família? E Serra, em timbre peremptório: “Não só vai ser mantido como nós vamos procurar maneiras de fortalecer”.
Disse que é preciso “abrir oportunidades de trabalho para os jovens das famílias que recebem Bolsa Família”.
Repisou uma estatística que repete à exaustão: “No Brasil, na média, 20% dos jovens estão desocupados, não conseguem emprego...”
“...Acho que essa é uma coisa que precisa ser enfrentada”. Pretende “dar muita força para o ensino técnico profissionalizante”.
Como que decidido a tese de que não vai interromper programas exitosos da gestão Lula, Serra recordou sua passagem pela prefeitura de São Paulo:
“Quando eu fui eleito prefeito de São Paulo, tinha aqui, criado pela prefeita do PT, a Marta Suplicy, o bilhete único...”
“...Você pegava um ônibus, descia pegava outro, descia pegava outro... Isso demorava até duas horas, pagando uma passagem só...”
“...O que eu fiz chegando na prefeitura? Eu mantive e estendi o bilhete único para o metrô. Ou seja, o bilhete único ficou mais forte...”
“...[...] Com o Bolsa Família vou fazer a mesma coisa. Nada do que a prefeitura tinha feito e eu achava que era o que era aproveitável eu acabei...”
“...Até porque não se faz isso por picuinha política, você deixar de lado uma coisa que funciona. Você procura melhorar essa coisa. Isso eu fiz a vida inteira”.
“... [...] Chega num governo, você vê como as coisas estão andando. O que está andando bem o que pode ser melhorado você melhora e bola coisas novas...”
“...Uma coisa nova que eu quero fazer é o ensino técnico profissionalizante pra muita gente”.
Lula ‘Nunca Antes’ da Silva decerto não consideraria a idéia de Serra como “coisa nova”. Ele se jacta de ser o presidente que mais abriu escolas técnicas na história.
Serra disse que pretende governar com “um olhar positivo”. Repetiu o bordão que Lula diz ser uma variação do slogam de Obama:
“Por isso é que eu disse que o Brasil pode mais. Eu acho que avançou bastante. Agora, pode avançar mais. E nos vamos trabalhar pra isso”.
Perguntou-se também a Serra se o senador Jarbas Vasconcelos, dissidente do PMDB, será mesmo candidato ao governo de Pernambuco, oferecendo-lhe o palanque.
O candidato foi lacônico. Disse ter agendado uma conversa com Jarbas para a semana que vem. Mas não soou como alguém que tenha pressa.
“A partir de agora, vamos ter seis meses pela frente. Não conversei pessoalmente com o Jarbas. Fiquei de falar com ele na semana que vem...”
“...Aí vamos ver que decisão ele toma, que encaminhamento que ele vai dar. Eu vou aceitar o que ele decidir”.
Nesse tom, arrisca-se a ficar sem palanque em Pernambuco. Jarbas já não anda lá muito animado com a empreitada. Se Serra não faz questão...
Tem vergonha de Fernando Henrique? “De forma nenhuma”, respondeu Serra. Aproveitou a pergunta para lustrar um pedaço de sua biografia.
Disse que, como ministro da Saúde de FHC, realizou “um trabalho importante”.
Discorreu sobre os programas da pasta: dos genéricos ao programa saúde da família. Disse que o ex-chefe o apoiou em tudo.
“Inclusive no enfrentamento das multinacionais, por causa das patentes de medicamentos...”
“...Nós acabamos fazendo a melhor campanha contra Aids do mundo, premiada, reconhecida internacionalmente...”
“...Sempre com a cobertura do Fernando Henrique. Como é que eu poderia rejeitá-lo? De forma nenhuma”.
Outra pergunta, feita de forma direta: Ainda há possibilidade de Aécio Neves ser seu vice? Ao responder, Serra deu a entender que a questão não está encerrada.
Afirmou que Aécio optou por disputar uma cadeira no Senado. E acrescentou: Agora, a decisão sobre o que fazer vai ser dele. E eu vou respeitar também...”
“...Quando você vai junto na mesma luta é importante que cada um defina aquilo que ele acha melhor fazer. E eu respeito...”
Serra parece ver uma porta aberta onde Aécio não vê senão fechadura. O entrevistador pediu a Serra que faça contato quando for a Pernambuco.
O candidato comprometeu-se a visitar a emissora. Solícito, declarou: “Se quiser falar mais nos próximos dias, eu estou disponível”.
Nada como uma campanha para suavizar uma personalidade arredia!
- Serviço: pressionando aqui, você chega ao áudio da entrevista de Serra.
- Siga o blog no twitter.
Escrito por Josias de Souza
José Serra concedeu nesta terça (14) uma entrevista à Rádio Jornal, de Pernambuco.
Numa das primeiras perguntas foi inquirido sobre suas intenções em relação a um dos pilares da plataforma da rival Dilma Rousseff:
Vai acabar com o Bolsa Família? E Serra, em timbre peremptório: “Não só vai ser mantido como nós vamos procurar maneiras de fortalecer”.
Disse que é preciso “abrir oportunidades de trabalho para os jovens das famílias que recebem Bolsa Família”.
Repisou uma estatística que repete à exaustão: “No Brasil, na média, 20% dos jovens estão desocupados, não conseguem emprego...”
“...Acho que essa é uma coisa que precisa ser enfrentada”. Pretende “dar muita força para o ensino técnico profissionalizante”.
Como que decidido a tese de que não vai interromper programas exitosos da gestão Lula, Serra recordou sua passagem pela prefeitura de São Paulo:
“Quando eu fui eleito prefeito de São Paulo, tinha aqui, criado pela prefeita do PT, a Marta Suplicy, o bilhete único...”
“...Você pegava um ônibus, descia pegava outro, descia pegava outro... Isso demorava até duas horas, pagando uma passagem só...”
“...O que eu fiz chegando na prefeitura? Eu mantive e estendi o bilhete único para o metrô. Ou seja, o bilhete único ficou mais forte...”
“...[...] Com o Bolsa Família vou fazer a mesma coisa. Nada do que a prefeitura tinha feito e eu achava que era o que era aproveitável eu acabei...”
“...Até porque não se faz isso por picuinha política, você deixar de lado uma coisa que funciona. Você procura melhorar essa coisa. Isso eu fiz a vida inteira”.
“... [...] Chega num governo, você vê como as coisas estão andando. O que está andando bem o que pode ser melhorado você melhora e bola coisas novas...”
“...Uma coisa nova que eu quero fazer é o ensino técnico profissionalizante pra muita gente”.
Lula ‘Nunca Antes’ da Silva decerto não consideraria a idéia de Serra como “coisa nova”. Ele se jacta de ser o presidente que mais abriu escolas técnicas na história.
Serra disse que pretende governar com “um olhar positivo”. Repetiu o bordão que Lula diz ser uma variação do slogam de Obama:
“Por isso é que eu disse que o Brasil pode mais. Eu acho que avançou bastante. Agora, pode avançar mais. E nos vamos trabalhar pra isso”.
Perguntou-se também a Serra se o senador Jarbas Vasconcelos, dissidente do PMDB, será mesmo candidato ao governo de Pernambuco, oferecendo-lhe o palanque.
O candidato foi lacônico. Disse ter agendado uma conversa com Jarbas para a semana que vem. Mas não soou como alguém que tenha pressa.
“A partir de agora, vamos ter seis meses pela frente. Não conversei pessoalmente com o Jarbas. Fiquei de falar com ele na semana que vem...”
“...Aí vamos ver que decisão ele toma, que encaminhamento que ele vai dar. Eu vou aceitar o que ele decidir”.
Nesse tom, arrisca-se a ficar sem palanque em Pernambuco. Jarbas já não anda lá muito animado com a empreitada. Se Serra não faz questão...
Tem vergonha de Fernando Henrique? “De forma nenhuma”, respondeu Serra. Aproveitou a pergunta para lustrar um pedaço de sua biografia.
Disse que, como ministro da Saúde de FHC, realizou “um trabalho importante”.
Discorreu sobre os programas da pasta: dos genéricos ao programa saúde da família. Disse que o ex-chefe o apoiou em tudo.
“Inclusive no enfrentamento das multinacionais, por causa das patentes de medicamentos...”
“...Nós acabamos fazendo a melhor campanha contra Aids do mundo, premiada, reconhecida internacionalmente...”
“...Sempre com a cobertura do Fernando Henrique. Como é que eu poderia rejeitá-lo? De forma nenhuma”.
Outra pergunta, feita de forma direta: Ainda há possibilidade de Aécio Neves ser seu vice? Ao responder, Serra deu a entender que a questão não está encerrada.
Afirmou que Aécio optou por disputar uma cadeira no Senado. E acrescentou: Agora, a decisão sobre o que fazer vai ser dele. E eu vou respeitar também...”
“...Quando você vai junto na mesma luta é importante que cada um defina aquilo que ele acha melhor fazer. E eu respeito...”
Serra parece ver uma porta aberta onde Aécio não vê senão fechadura. O entrevistador pediu a Serra que faça contato quando for a Pernambuco.
O candidato comprometeu-se a visitar a emissora. Solícito, declarou: “Se quiser falar mais nos próximos dias, eu estou disponível”.
Nada como uma campanha para suavizar uma personalidade arredia!
- Serviço: pressionando aqui, você chega ao áudio da entrevista de Serra.
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Escrito por Josias de Souza
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