Folha
Ao levar o seu título de eleitor para passear em São Paulo, Ciro Gomes (PSB-CE-SP) tornou-se, como se sabe, um candidato multiuso.
O deputado diz coisas definitivas –Sou candidato à presidência— sem definir muito bem as coisas –A decisão será tomada em março.
Bate três vezes na madeira quando lhe perguntam se pode trocar a disputa nacional pela refrega de São Paulo. Não, não e não.
A maleabilidade semântica anima o petismo, que se esforça para transformar o não em sim, retirando Ciro do caminho de Dilma Rousseff.
"Ciro é uma liderança que tem compromisso com o nosso projeto, com o governo Lula”, diz Aloizio Mercadante.
“Se ele apoiar a ministra Dilma, o PT de São Paulo tem que deixar as portas abertas. Ele tem todas as condições de ser candidato ao governo de São Paulo”.
Eduardo Suplicy (PT-SP), que ambiciona entrar na sucessão paulista, informa que tocou o telefone para Ciro.
"Transmiti que, da minha parte, não tenho qualquer objeção que ele venha a disputar se for escolhido de forma legítima pelo PT”.
Cândido Vaccarezza esclarece que não há vestígio de resistência ao nome de Ciro no PT. "Nunca houve. Estamos abertos a esse apoio".
Nem o PSB-SP, aliado do governo tucano de José ‘Feio na Alma’ Serra, parece tão entusiasmado com o projeto Ciro-SP quanto o PT.
Para desviar o aliado incômodo de seu objetivo federal, o partido de Lula enfeita a forca de modo a fazê-la parecer com um inofensivo instrumento de cordas.
Escrito por Josias de Souza
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