sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Sema decide manter greve após rodada de negociações com o governo

Belém 29 de Outubro de 2009

Após uma longa reunião ontem, com representantes do governo, servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) decidiram em assembleia geral manter a greve por tempo indeterminado. As negociações não avançaram e apenas os trabalhadores não efetivos, de cargo comissionado, que representam cerca de 10% da categoria, voltaram ao trabalho. Participaram da mesa de negociação os secretários Edílson Rodrigues (Secretaria de Estado de Governo – Segov), José Júlio, (Secretaria de Planejamento, Orçamento e Finanças - Sepof) e Anibal Picanço (Sema), além de dirigentes sindicais e dois servidores. O governo alegou que a proposta da categoria não estava consistente – e pediu a suspensão da greve para que as negociações tivessem continuidade.

A paralisação, que hoje completa oito dias, deixa cerca de 600 servidores de braços cruzados e atinge todas as atividades, inclusive os pólos de Santarém, Marabá e Altamira. Entre os principais serviços que sofrem com a paralisação estão o cadastramento ambiental rural, a emissão de licenciamento ambiental, a análise de plano de manejo florestal, as fiscalizações e a emissão de crédito de volumetria de madeira. Com a greve, o Estado pode deixar de arrecadar diariamente cerca de R$ 35 mil somente em taxas.

Segundo o presidente da Associação dos Servidores da Sema, Júlio Meyer, a Sema só perde para a Sefa em arrecadação no Estado. 'Arrecadamos mensalmente cerca de R$ 1 milhão somente em taxas - logo será grande o prejuízo para o Estado se esta greve se estender. Um plano de manejo parado afeta toda a cadeira produtiva do setor florestal - desde a madeireira, que breca suas caldeiras e seus funcionários, até a indústria', revela.

Conforme avaliam os diretores da Associação dos Servidores da Sema (Asctam), a única proposta apresentada pelo governo gira em torno da criação de uma comissão para acompanhar o processo dos servidores do órgão ambiental. 'Não entendemos o porquê da demora para fechar uma negociação. Ao invés de avançar, estamos regredindo. Até a Polícia Militar foi chamada para tentar intimidar a manifestação, que, aliás, é pacífica', revela um dos dirigentes que prefere não se identificar.

Os servidores da Sema reclamam que a secretaria denunciam que, todos os dias, são contratados novos empregados, deixando de lado os concursados que aguardam a convocação desde o segundo semestre do ano passado. Segundo Júlio Meyer, todos os servidores efetivos, inclusive aqueles que possuem cargo comissionados, aderiram à greve. No entanto, algumas áreas estão funcionando por conta do grande número de terceirizados. A assessoria de comunicação da Sema foi procurada pela reportagem, mas não deu retorno.

Fonte: O Liberal

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