sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Milho supera cana e movimenta R$ 20 bi no ano.


16/10/2009 - 15h09
A alta no preço do milho em 2008 fez com que o produto ampliasse sua participação na escala de valor da produção, tirando a vice-liderança da cana-de-açúcar. Do total de R$ 148,4 bilhões gerados pela agricultura no ano passado, 14% foram oriundos da produção de milho (R$ 20,7 bilhões).

A maior participação coube à soja, com 26,1% do montante movimentado (R$ 38,7 bilhões). A cana-de-açúcar foi responsável por 13,9% do total gerado (R$ 20,6 bilhões).

"Ao longo dos anos, o milho sempre foi o vice-líder, mas com o crescimento da cana perdeu esse posto. Se o preço do milho não tivesse ficado tão alto no ano passado, talvez não tivesse força para ultrapassar a cana", afirmou Carlos Alfredo Guedes, técnico da coordenação de agropecuária do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Ele explicou que a demanda de milho foi bastante elevada em 2008, impulsionando o preço do produto. Aliado a isso, os Estados Unidos decidiram direcionar boa parte do milho como matéria-prima para a produção de álcool combustível.

No final do ano passado, porém, os estoques de milho aumentaram consideravelmente em função do agravamento da crise financeira, que ocasionou redução no consumo mundial. Em função disso, Guedes lembrou que a cotação do milho está em patamar inferior ao de 2008.

O crescimento da produção de cana-de-açúcar está fazendo com haja o surgimento de lavouras em novas áreas, além de São Paulo, que concentra a maior parte da produção no país. O IBGE identificou crescimento significativo em Goiás (47,9%) e Mato Grosso do Sul (34,9%).

Entre as cidades com maior produção de cana, figura, na segunda posição, o município de Rio Brilhante (MS), cuja produção cresceu 109,8%, de 2007 para 2008. A cidade tinha a 13ª produção de cana do país em 2007. Uberaba (MG) teve aumento de 64,9%, passando do 7º para o 4º.

Guedes explicou que São Paulo não teve perda na área plantada de cana-de-açúcar --obteve um ganho de quase 500 mil hectares. Ele observou que a expansão para outras áreas vem sendo constatada em áreas de fronteira com o estado de São Paulo.

"As plantações de cana não vêm crescendo em áreas delimitadas pelo governo, principalmente perto do Pantanal", comentou.

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CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio

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