16/10/2009 - 14h08
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou hoje o caráter eleitoral de sua viagem ao Nordeste para visitar as obras de transposição do rio São Francisco. Para a oposição, a viagem é eleitoral e antecipa a pré-campanha em favor da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) --que acompanha Lula na viagem.
"Transposição não rima com eleição nem com sucessão. É um sonho antigo desse país, reconhece a história, reconhece a covardia de alguns", afirmou ele hoje em entrevista após após encontro com trabalhadores em Cabrobó (PE).
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Oposição quer explicações sobre gasto da viagem de Lula
Lula disse que não vê diferença entre sua participação em atos públicos hoje e as assembleias de trabalhadores do seu tempo de sindicalista em porta de fábricas.
Sergio Lima/Folha Imagem
Em Cabrobó, Lula nega caráter eleitoral de viagem ao Nordeste ao lado de Dilma
"Quando eu era sindicalista, qualquer ato era uma assembleia. Qual a diferença de fazer um ato público ou um comício? [...] Eu, sinceramente, acho que não cometi nenhum ato falho. Se conseguir juntar mais de uma pessoa, se tiver duas é ato público. Se tiver três é comício, e 50 é assembleia daquelas grandes que eu fazia lá em São Bernardo", afirmou.
A oposição vai protocolar na próxima terça-feira um pedido de informações à Casa Civil para ter acesso aos gastos da viagem do presidente Lula ao Nordeste. Na segunda-feira, lideranças do DEM e do PSDB devem discutir se acionam a Justiça Eleitoral acusando o presidente de uso indevido da máquina pública e de antecipar a campanha eleitoral.
Para Lula, a oposição não tem o que fazer. "Olha, pobre da oposição que não tem o que fazer. Pobre. Eu acho que a ociosidade é uma das desgraças da humanidade. Bote um bando de homem junto, sem ter o que fazer, é a desgraça. Então, eles em vez de ficarem olhando o que eu estou fazendo, eles deveriam olhar o que eles estão fazendo. Seria mais fácil, deveriam lembrar do tempo que eles governaram, porque a gente não pode ficar, ficar fazendo a discussão em um nível menor."
Lula recomendou que seus adversários visitem mais obras e trabalhem mais se quiserem ganhar eleição. "Não pode levar em conta que projeto eleitoral atrapalha você para administrar. [...]. Acho o seguinte: quem quiser ganhar eleição, que trabalhe. Como presidente não posso ficar preocupado com coisa menor."
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da Folha Online
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