Pedro Nery tentou subornar dois investigadores do Grupo de Combate ao Crime Organizado
O advogado Pedro Hamilton de Oliveira Nery, 62, da cidade de Concórdia do Pará, foi preso na manhã de ontem, em Castanhal, nordeste do estado, após tentar subornar dois investigadores do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO) para darem depoimentos falsos durante uma audiência onde o cliente dele respondia por tráfico de drogas.
A ação foi registrada por uma câmera escondida pelo coordenador do GCCO, delegado Alberto Teixeira, que comunicou a tentativa de suborno à promotoria do Ministério Público.
Tudo aconteceu antes das 11h30 de anteontem, quando estava previsto para acontecer a audiência de instrução e julgamento de Raimundo Santana de Oliveira Padilha, mais conhecido como “Paçoca”, o qual havia sido preso pela mesma equipe do GCCO, há poucos meses, por tráfico de drogas.
Segundo o investigador Edilson, que estava na companhia do chefe de operações Munhoz, ambos estavam no Fórum de Castanhal quando foram abordados pelo advogado, “ele pediu para que nós mudássemos nossos depoimentos. A intenção dele era que nós mentíssemos, uma coisa que não tem sentido, pois, nós estamos aqui combatendo a violência”, afirmou.
Ainda segundo o policial o advogado ofereceu R$ 1.000,00, para dividir entre eles, caso os dois concordassem. O dinheiro seria pago pela família do acusado.
Os investigadores entraram em contato com o delegado Alberto e comunicaram a situação. O delegado organizou a equipe e repassou o fato a promotora Ana Carolina, do Ministério Público. Em seguida eles se concentraram em frente ao Fórum para dar o flagrante.
A gravação mostra o advogado chegando da agência bancária e indo falar com os investigadores. Ele não teria conseguido sacar a quantia prometida e decidiu puxar R$ 150,00 do próprio bolso, como adiantamento.
O investigador chega a se posicionar para facilitar o registro do repasse das notas e, logo depois, o delegado Alberto Teixeira se aproxima e dar voz de prisão ao advogado.
“No momento, acho que pelo nervosismo ele disse pra mim: eu já sabia, eu já sabia”, relatou o delegado.
O delegado ressaltou que, “as provas são incontestáveis. O crime se consumou no momento em que ele ofereceu o dinheiro. Nós apenas concluímos todo o flagrante. A estratégia da defesa era dizer que a droga, apreendida na época, não havia sido encontrada em poder do acusado e sim na rua”.
À tarde o advogado foi encaminhado ao Centro de Perícias Cientificas “Renato Chaves”, para o exame de corpo de delito. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Subseção Castanhal esteve na delegacia para acompanhar os procedimentos.
Fonte:(Diário do Pará)
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