quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Rachado, PMDB decide selar aliança com PT e indicar vice de Dilma para 2010. GABRIELA GUERREIRO.

07/10/2009 - 15h44
O PMDB selou nesta terça-feira, durante jantar da cúpula da legenda, a decisão de lançar um peemedebista para concorrer à vice-presidência da República na chapa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) --que vai disputar o Palácio do Planalto em 2010 pelo PT.
O partido deve formalizar até o início de novembro a aliança com os petistas, mas o comando nacional do PMDB já decidiu que vai indicar um nome para a vice-presidência na chapa da petista --mesmo com parte da bancada contrária à união com o PT.
Dirceu defende que PT apoie candidatura de Ciro em SP em prol do palanque de Dilma
Pré-candidato, Tarso defende aliança nacional com PMDB mesmo sem apoio no RS
Em encontro com PDT, Dilma defende candidatura única da base aliada
PSDB estuda meio para tirar mandato de Ciro Gomes
"Tem acordo para que o PMDB seja o vice. Só isso", disse o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Cotado para ser lançado a vice-presidente na chapa de Dilma, Temer desconversou. "O nome só sai no ano que vem."
Alguns parlamentares peemedebistas que participaram do jantar afirmaram que o lançamento do nome de um eventual vice neste momento seria "prematuro" e poderia comprometer a aliança com o PT. A disposição dentro do PMDB é esperar a definição de chapas dos adversários da ministra, especialmente o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), antes de anunciar o perfil do peemedebista que vai estar ao lado de Dilma nos palanques.
Temer vai se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em duas semanas para voltar a discutir a aliança do PT com o PMDB. O presidente da Câmara é porta-voz da ala governista do partido, favorável à aliança com Dilma em 2010.
A maioria do PMDB, que neste momento defende a aliança com Dilma, está disposta a formalizar o apoio do partido publicamente até o início de novembro --mesmo com as divergências entre PT e a legenda em alguns Estados do país.
Parte da bancada, porém, discorda da aliança com o PT nas eleições do ano que vem. Liderados pelo ex-governador de São Paulo Orestes Quércia (PMDB), os peemedebistas favoráveis ao embarque da legenda na candidatura de Serra defendem o adiamento da formalização da aliança.
O grupo de Quércia quer que o PMDB decida somente no meio de 2010, durante a convenção do partido, se vai compor aliança nacional com o PT. Alguns peemedebistas também criticam a pressa na consolidação do apoio a Dilma porque consideram muito cedo para definir alianças estaduais.
"Não sou partidário dessa antecipação toda. Deveríamos ouvir as bases do partido, ter mais segurança", afirmou o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN).
Oposição
Aliado de Serra, Quércia se reuniu com Temer no final de setembro para pedir que ele não se precipite na busca de uma aliança formal do PMDB com Dilma. O apelo da ala oposicionista do PMDB, porém, não teve efeitos práticos na disposição de Temer em fechar a aliança com Dilma.
Quércia deixou claro, no encontro com Temer, que a ala serrista não vai aceitar a formalização do embarque do PMDB na candidatura Dilma. O ex-governador reconheceu que a ala pró-Serra tem dentro da legenda menos da metade de apoio à candidatura do tucano.
Ele disse acreditar, porém, que, até a convenção, grande parte dos peemedebistas que hoje apoiam Dilma vão mudar de lado dentro do partido.
Além de Temer, são cotados para disputar a vice-presidência na chapa de Dilma o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, recém-filiado ao PMDB. O ministro Hélio Costa (Comunicações) também teve o nome ventilado dentro do partido para uma eventual chapa com Dilma.

da Folha Online, em Brasília

Nenhum comentário:

Postar um comentário