De hoje até
o final de junho você vai ouvir muito sobre economia verde, mas o que ela
significa? A economia que leva em conta o meio ambiente, mas também tantas
outras variáveis bem mais próximas do seu dia a dia do que você imagina. É o
tema do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado neste 5 de junho com país sede
o Brasil, e também da Rio+20, Conferência da ONU para o desenvolvimento
sustentável, que ocorre de 13 a 22 de junho.
Veja Álbum
de fotos
O Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) define economia verde como uma
que resulte em melhoria do bem-estar humano e da inclusão social ao mesmo tempo
em que reduz de forma significativa os riscos ambientais e a escassez
ecológica. É muito atrelada à questão das emissões de carbono, mas também
refere-se ao uso eficiente dos recursos e inclusão social.
Consumir
produtos que degradem menos o ambiente é a faceta mais popular, mas mudar o
consumo também está incluído no conceito. A crise econômica atual, apontada por
alguns como a pior crise financeira desde a de 1929, é um sinal de que precisamos
mudar o rumo. E a economia verde é apontada como o caminho.
E para isto
a vontade pública é essencial. Os investimentos devem ser catalisados e
apoiados por reformas de políticas, mudanças nos regulamentos e direcionamento
de despesas públicas.
A Tragédia
dos Comuns
O dilema que
enfrentamos entre a atual economia “marrom” e a proposta de economia “verde”
pode ser ilustrado por um artigo escrito por Garret Hardin, chamado A Tragédia
dos Comuns, em 1968. Ele descreve um pasto comum em que vários agricultores
deixam seu gado pastar. A fim de aumentar a riqueza individual, é do interesse
de cada produtor ampliar o seu rebanho e continuar a pastar no mesmo trecho de
terra. Mas quando o limite de um certo número de bois é ultrapassado, a
qualidade da terra começa a diminuir.
Como ninguém
é particularmente responsável pela terra e nenhum imposto é cobrado para
pastagem, cada agricultor continua a maximizar os lucros com o aumento de seu
rebanho. O problema, no entanto, continua sendo o fato de a qualidade da terra
continuar a degradar-se cm a crescente pressão dos crescentes rebanhos e o
capim se torna insuficiente para alimentar o gado. Ou seja, os agricultores que
aumentam seu rebanho podem até se beneficiar no início, mas depois perdem seu
meio de subsistência, e todos perdem nesse cenário.
Economistas
ambientais identificaram como principal problema deste dilema o fato de o
recurso natural (o capim) ser consumido sem gastos, já que ninguém é dono da
terra “comum”. Se, todavia, um imposto for cobrado por cabeça de gado e o valor
da terra aumentar com o aumento do rebanho, ficaria muito caro ultrapassar o
limite de pastagem. Assim, os agricultores perceberiam as perdas e seriam
forçados a reduzir o número do rebanho, consequentemente se autorregulando para
níveis sustentáveis para benefício de todos.
Do UOL, em
São Paulo
Folha.uol.com
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