Evento recebe apoio de
artistas, cantores e ambientalistas
A cada dia o Xingu+23, que acontecerá nos próximos 13 a 17,
em Vitória do Xingu, estado do Pará (Norte do país) para debater a resistência
à hidrelétrica Belo Monte, recebe mais adesões. Além de artistas que já haviam
confirmado presença no evento, há poucos dias o cantor Gilberto Gil, a
ambientalista e ex-ministra Marina Silva, o cantor Arnaldo Antunes e o teólogo,
filósofo e escritor Leonardo Boff também divulgaram apoio à iniciativa. Para
chamar ainda mais atenção para a luta contra o mega-empreendimento do Plano de
Aceleração do Crescimento (PAC), Gilberto Gil cedeu sua canção "Um sonho”
para ser transformada em clipe.
Em poucos dias a música, que apesar de ser de 1977, ainda é
atual, se tornou o hino do evento, por falar claramente sobre a luta contra o
desenvolvimentismo, principal discurso em torno de Belo Monte.
Por meio de ações como estas, sobretudo nas mídias sociais, o
evento ganhou mais repercussão e deverá receber além de artistas, cantores e
ambientalistas de Belém, São Paulo e São Luís, ativistas dos Estados Unidos e
da Turquia.
Apesar da intensa participação de outros atores sociais, o
Xingu+23 é voltado especialmente para pescadores, ribeirinhos, indígenas,
agricultores e demais afetados por Belo Monte com o intuito de discutir as
ações de resistência, conversar sobre o futuro dos/as atingidos e suas famílias
e fortalecer as ações da população local.
O Xingu+23 faz uma referência ao 1º Encontro dos Povos
Indígenas do Xingu, ocorrido em 1989 em Altamira e organizado pelos Kaiapó com
a intenção de protestar contra as decisões tomadas na Amazônia sem a
participação dos índios e repudiar a construção do Complexo Hidrelétrico do
Xingu. No encontro, os indígenas e ativistas conseguiram a primeira vitória na
luta contra Belo Monte, pois impediram o primeiro projeto de barramento do rio.
Durante o Xingu+23, os participantes também querem marcar um
importante momento de luta e resistência no Brasil. Às vésperas da Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) e da Cúpula dos
Povos, que acontecerão no Rio de Janeiro, o Movimento Xingu Vivo para Sempre
(MXVPS) e seus parceiros decidiram chamar atenção da comunidade nacional e
internacional para os impactos sociais e ambientais de Belo Monte e para as
ilegalidades que cercam o seu processo de implantação.
Os interessados em participar podem encontrar informações no
site oficial do evento. A estrutura oferecida é um acampamento com espaço para
barracas e redes. No local não há sinal de telefonia nem internet.
Programação
O Xingu+23 terá início na quarta-feira, dia 13, em Vila Santo
Antônio, a 50 km de Altamira. A comunidade não foi escolhida por acaso. A Vila
foi desapropriada quase em sua totalidade pela concessionária Norte Energia
devido à proximidade do maior canteiro de obras de Belo Monte. Após a recepção
e o credenciamento acontecerá um debate sobre violações do Licenciamento e
Instalação de Belo Monte. O dia será encerrado com a celebração da tradicional
missa de Santo Antonio.
No dia 14, ainda na Vila, os atingidos pela obra vão se
reunir em grupos para um debate. A programação do dia acabará com uma audiência
pública em Altamira.
A sexta-feira (15) será reservada para uma marcha e um ato
público. Neste dia, a partir das 8h os/as participantes vão iniciar a
concentração em frente à empresa de energia Rede Celpa (Avenida 7 de setembro,
nº 2190).
Já no sábado, dia 16, acontece a assembleia final do evento
seguida por torneio de futebol e a festa do padroeiro da Vila. No domingo,
acontece o encerramento.
Por Redação TN / Natasha Pitts, Adital
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