quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Depoimento: policial inocenta condenados no caso Dorothy

Policial federal falou à Justiça na terça (30). Ele declarou que Vitalmiro Moura e Regivaldo Galvão são inocentes.
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Depoimento: policial inocenta condenados no caso Dorothy
Irmã Dorothy Stang (Reprodução: TV Globo)
Pará - O juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, titular do 2º Tribunal do Júri da Capital colheu nesta terça-feira (30) o depoimento do policial federal Fernando Luiz da Silva Raiol, sobre suposto “fato novo” no caso Doroth Stang, missonária assassinada em 2005, em Anapú, município de Altamira.

No depoimento, o policial inocenta Vitalmiro Moura, condenado a 30 anos de prisão por ter sido mandante do assassinato da misisonária, e Regivaldo Galvão, também condenado pela execução da religiosa, e alega que os dois foram injustamente responsabilizados pelo crime.

Segundo o policial, teria existido consócio, não para matar a missionária, mas, para os produtores protegerem seus lotes, e que um delegado da Polícia Civil teria fornecido armamento para os posseiros. A versão do depoente é de que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) entregaria ao Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDF), coordenado pela religiosa, a área de terra onde estaria assentado Raifran da Neves, e este se sentia ameaçado por Dorothy.

A audiência durou menos de uma hora, sob a presidência do juiz Raimundo Flexa, que decidirá até amanhã o destino do conteúdo do depoimento. Caso o juiz decida pelo indeferimento, a versão do policial será arquivada.

A ação cautelar de de justificação do depoimento do agente federal foi requerida por Arnaldo Lopes, advogado de defesa de Vitalmiro Moura. Lopes explicou que o depoimento do policial, caso seja deferido, servirá de elementos da revisão criminal que pretende ajuizar para anular a condenação do fazendeiro. O mesmo pedido o advogado fez em relação ao fazendeiro Regivaldo Galvão, sendo indeferido pelo juiz, já que o fazendeiro está recorrendo ainda da sentença condenatória, em instância superior.

Policial era "muito amigo" de missionária
Logo após a audiência o policial, que cumpre prisão domiciliar e recorre de sentença condenatória da Justiça Federal, por crimes de extorsão, cárcere privado e concussão, contou que se considerava “muito amigo” de Dorothy, por ter sido coordenador de sua segurança. Ele disse aos jornalistas que estava prestando esses esclarecimentos em memória da missionária, que sempre lutou por Justiça. Ele afirmou que à época teria procurado as autoridades para prestar essas informações e não fora ouvido.

Para o promotor de justiça Edson Souza, representante da Promotoria do Júri, os fatos narrados pelo policial, “alguns conhecidos da Justiça”. Souza considerou que o advogado de defesa dos fazendeiros procura criar um fato novo para anexar à revisão criminal que pretende ingressar. Ele disse que à época o agente, por ser um policial e conhecer “o tripé que forma a justiça - Judiciário, Ministério Público e Advogados”, não procurou as autoridades e só agora apresenta esses fatos.

Entenda o caso
A missionária foi executada atingida por seis tiros, em 13 de abril de 2005, em Anapú, município de Altamira. Dorothy vivia há 20 anos na região, atuando no trabalho com camponeses e na luta contra grileiros de terras.

Estão cumprindo sentença condenatória, confirmada em instancias superiores: Raifran das Neves Sales, Clodoaldo Batista, Amair Feijoli Cunha , e Vitalmiro Bastos de Moura. Regivaldo Pereira Galvão após ser submetido a júri foi condenado e está recorrendo, em liberdade, da sentença condenatória em instância superior.


Fonte: G1 Pará

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