A presidente
Dilma Rousseff pretende se reunir nesta quinta-feira com líderes dos partidos
da base aliada para explicar os vetos que fará ao texto do Código Florestal,
aprovado pelo Congresso. O objetivo é diminuir a resistência dos parlamentares
e evitar a derrubada do veto a vários artigos. O governo não concorda com as
mudanças feitas na Câmara dos Deputados. Uma das principais queixas é em
relação ao artigo 62, que, no entender do Planalto, significa anistia aos
desmatadores. O artigo trata da polêmica regularização de propriedades que
desmataram a Área de Preservação Permanente (APP) - regiões de proteção
ambiental ao longo de cursos d''água, encostas e topos de morro. Somente depois
de se reunir com os líderes a presidente pretende anunciar os artigos que serão
vetados do Código Florestal.
Na
quarta-feira, a presidente Dilma, mais uma vez, dedicou praticamente toda sua
agenda à discussão de cada um dos itens dos vetos que pretende fazer ao texto
com todos os ministros envolvidos na discussão: da Casa Civil, do Meio
Ambiente, da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e Advocacia Geral da União
(AGU). Além da discussão sobre o que pretende vetar, a presidente analisa o
texto que enviará ao Congresso para evitar que surjam lacunas na lei por causa
dos vetos.
Na avaliação
da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, não há chance de os
vetos serem derrubados pelo Congresso. 'Não há a menor hipótese até pelo número
de votos que a matéria teve na Câmara, não há a menor possibilidade política',
afirmou a ministra.
Indagada
sobre se um veto total ao texto estaria descartado, a ministra respondeu: 'A
não ser que ele seja absolutamente necessário pela questão da técnica
legislativa, está tão recortado que não tem como aproveitar.'
Por
TÂNIA MONTEIRO E RAFAEL MORAES MOURA, estadao.com.br,
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