Que
papel tem os sacramentos na vida da Igreja?
Há
certas perguntas que nos espantam num primeiro momento por se apresentarem tão
evidentes. Perguntar sobre a ligação entre os sacramentos e a Igreja nos parece
mais ou menos pedir a razão pela qual alguém se queima ao colocar a mão no
fogo. Entretanto, é justamente pelo fato de serem muitos os motivos desta
relação, que convém organizar os argumentos, pois muitas razões evidentes
postas em desordem não são de grande valia. Procuremos então analisar, através
da história da salvação, o papel dos sacramentos na vida da Igreja.
Rompimento
com a graça Divina
Por
um ato de misericórdia, Deus criou o universo e tudo que nele contém, e como
obra prima dentre as criaturas visíveis, criou o homem à sua imagem e
semelhança, a fim de que este pudesse participar de sua própria vida, através
da graça. Tragicamente o homem quebrou a aliança estabelecida com Deus, e por
meio do primeiro pecado, todo o gênero humano ficou privado de sua graça e
estava condenado a não mais participar do fim para o qual Deus o havia criado.
Que grave e duro castigo infligido pela Justiça Divina ao pecado cometido!
Entretanto, quão doce e suave solução encontrada pela Misericórdia Infinita do
Criador, pois Ele enviou ao mundo o seu Filho Unigênito, a fim de redimir todo
o gênero humano, e é por isso que a Igreja não hesita em cantar "O Felix
Culpa, que há merecido a graça de um tão grande Redentor".
Redenção
do gênero humano
Tendo
o homem sido infiel, perdeu o maior dos tesouros que lhe fora confiado: a graça
de Deus; não só as portas do paraíso terrestre lhe foram fechadas, mas o céu já
não podia receber o homem fora do estado de graça. Entretanto, em sua Infinita
misericórdia "Deus amou tanto o mundo que lhe deu seu filho
unigênito" (Jo 3,16) e a todos que cressem no seu nome, deu o poder de se
tornarem filhos de Deus (cf. Jo 1, 12). Com a vinda de Nosso Senhor Jesus
Cristo à Terra, "a revelação de Deus entrou no tempo e na história, e
[esta] torna-se, assim, o lugar onde podemos constatar a ação de Deus em favor
da humanidade"[1].
A
Santa Igreja continua a missão de Cristo
Ao
se entregar como vítima para a salvação dos homens, Nosso Senhor não só reparou
a ofensa feita a Deus através do pecado, mas mereceu para todos os homens a
graça e de "sua plenitude todos nós recebemos graça sobre graça" (Jo
1, 16).
Deus
poderia distribuir sua graça aos homens diretamente por Si mesmo; entretanto,
quis dispensá-la por meio da "Igreja visível, formada por homens, a fim de
que por meio dela todos fossem em certo modo, seus colaboradores na
distribuição dos divinos frutos da Redenção"[2] e a Igreja é desta forma a
continuadora da obra começada pelo Salvador.[3]
Igreja
fortalecida pelos Sacramentos
A
vida e os ensinamentos de Cristo deitam luz sobre a existência do homem, e lhe
é traçada uma meta que pareceria um exagero se não fosse proposta pelo próprio
Filho de Deus: "Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito" (Mt
5, 48). Como atingir este alto objetivo sendo o homem tão frágil e volúvel?
Certamente
seria difícil imaginar que os pais dissessem a um filho recém-nascido:
"Nós demos a vida a você, mas não haverá alimento quando você tiver fome,
nem remédios quando adoecer, nem apoio de um braço quando você se sentir fraco.
Portanto arranje-se como puder".[4] Se os homens não são capazes de tratar
assim a um filho, sobretudo Deus não o faria. (Cf. Lc 11, 13)
Assim
como o corpo humano necessita de energias especiais para que se mantenha vivo,
cresça e se desenvolva, "o Salvador do gênero humano providenciou
admiravelmente ao seu corpo místico enriquecendo-o de sacramentos, que com uma
série ininterrupta de graças amparam o homem desde o berço até ao último
suspiro"[5].
Os
Sacramentos na vida pessoal e social
Os
sacramentos estão presentes em toda vida da Igreja, "existem por meio dela
e para ela"[6], e segundo a afirmação de Santo Agostinho, "são esses
sacramentos que fazem a Igreja".[7]
Às
necessidades espirituais, Cristo instituiu os sacramentos do batismo, crisma,
eucaristia, penitência e unção dos enfermos, afim de que o homem pudesse
alcançar, recuperar, e aumentar a graça de Deus ao longo de sua vida. Assim,
aos que nasceram para esta vida mortal, lhes é infundido a verdadeira vida da
graça através do batismo, pelo qual são feitos membros da Igreja, e ao serem
assinalados com o caráter batismal, passam a ter o direito de receber todos os
outros dons sagrados. Com a crisma, o cristão passa a ser um verdadeiro soldado
da Santa Igreja, recebendo as forças necessárias para proclamar e defender sua
fé. Pelo sacramento da penitência, a Igreja oferece a seus filhos o perdão de
suas faltas e um novo vigor em sua marcha rumo ao céu. Pela Sagrada Eucaristia,
"fonte e ápice de toda a vida cristã"[8], os fiéis não somente são
alimentados e fortificados, mas manifestam a unidade de todos entre si
constituindo um só corpo unido a Cristo, sua Cabeça. Por fim, pela Unção dos
enfermos, a Santa Igreja ampara e consola os doentes, concedendo às almas
feridas o remédio sobrenatural, que lhes abrirá a porta do céu, onde poderão
gozar da divina bem-aventurança por toda a eternidade.[9]
Às
necessidades sociais, foi dado o matrimônio, afim de prover o "aumento
externo e bem ordenado da sociedade cristã"[10] constituindo a família
como uma igreja doméstica, afim de que pela palavra e pelo bom exemplo, os pais
possam ser verdadeiros e dignos reflexos de Deus para os próprios filhos[11].
Por fim, pelo sacramento da Ordem, Cristo provê a Igreja de pastores que cuidem
do rebanho, sustentando-o com o Pão dos Anjos e com o alimento da doutrina,
dirigindo-o com os conselhos, e fortalecendo-o de todas as formas com as graças
celestes, especialmente através da distribuição dos sacramentos[12].
A
Igreja se torna unida e elevada pelos sacramentos
Através
deste circuito de graças estabelecido pelos sacramentos que são ministrados a
cada individuo, toda a Igreja se eleva tornando-se mais santa e unida, vivendo
em harmonia no mesmo espírito e no mesmo sentimento (Cf . ICor 1, 10). É
através desta união entre os católicos realizada pelos sacramentos que nasce
nas almas a caridade fraterna que tanto caracteriza aqueles que querem ser
seguidores de Cristo como Ele mesmo indicou: "Nisto conhecerão todos que
sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros"(Jo 13,35). Este laço
entre os membros da Igreja será tanto mais estreito, quanto maior for a
frequência aos sacramentos, através dos quais, podem participar da graça e da
caridade que lhes comunica a vida sobrenatural e divina.
Quantos
sentimentos de amor e de júbilo não deveriam despertar em nosso coração este
pensamento: Sou membro da Igreja; sou membro de Jesus Cristo! Que amor por
todos os Cristãos isso deveria produzir em nós, já que todos estes cristãos são
meus irmãos e todos não fazemos mais do que um em Cristo! Que alegria ao pensar
que ao me santificar e trabalhar para a santificação dos outros, contribuo para
aumentar a beleza da Santa Igreja. Nada do que diz respeito a ela pode
deixar-me indiferente: entristece-me vê-la perseguida e rejubila-me vê-la
exaltada e glorificada. Ao participar da vida da graça trazida com os
sacramentos, já não sou uma frágil gota d'água isolada, mas faço parte da força
deste grande oceano que é a Santa Igreja de Cristo.[13]
Influência
da Igreja e dos Sacramentos na história da civilização
Quais
os benefícios dos sacramentos para a sociedade? Segundo o Professor Plinio
Corrêa de Oliveira, "a religião conseguiu trazer ao mundo, com seus
sacramentos, com a graça de que é veículo, e com o admirável apostolado
hierárquico da Igreja, uma continuidade de ação santificadora que tem sido a
coluna da civilização".[14] A ordem e a paz que houve na civilização
católica são fruto dessas graças, as quais tiveram como veículo infalível, os
sacramentos da Santa Igreja. Assim, a civilização Cristã é a civilização dos
sacramentos.
Para
os que desejam a salvação
A
enorme expansão da verdadeira religião por todo orbe terrestre e todas as
maravilhas da civilização cristã atestam a superabundância de graças que
vigorou no mundo após Nosso Senhor Jesus Cristo ter fundado a Igreja Católica.
A ordem social inerente à comunidade dos batizados só foi possível mediante a
graça de Deus produzida pelos sacramentos. Que grande misericórdia do Salvador
ao acompanhar seus filhos a cada instante de suas vidas através dos sacramentos
que Ele próprio instituíra, cumprindo desta forma a promessa que deixara de
estar com os homens até a consumação dos séculos (Cf. Mt 28,20).
Portanto,
é na consideração deste desejo de Deus em salvar a humanidade perdida pelo
pecado, que o homem deve encher-se de confiança e procurar acercar-se cada vez
mais dos sacramentos, verdadeiras maravilhas postas por Deus à disposição de
todos aqueles que desejam a salvação.
Por
Anderson Fernandes Pereira
[1]
Fides et Ratio: carta encíclica João Paulo II. Disponível em:. Acesso em 18
mar. 2009.(11)
[2]
Carta encíclica Mystici Corporis do Papa Pio XII. 29/06/1943. n. 12.
[3]
Cf. Carta encíclica Mystici Corporis do Papa Pio XII. 29/06/1943. n. 12.
[4]
TRESE. Leo J. A fé explicada. Tradução de Isabel Perez. Quadrante. São Paulo.
1995. p. 263.
[5]
Carta encíclica Mystici Corporis do Papa Pio XII. 29/06/1943. n. 18.
[6]
Catecismo da Igreja Católica 1118
[7]
Apud. Catecismo da Igreja Católica 1118
[8]
Lumen Gentium, Constituição Dogmática sobre a Igreja. Concílio Vaticano II, 11.
[9]
Cf. Carta encíclica Mystici Corporis do Papa Pio XII. 29/06/1943. n. 18.
[10]
Carta encíclica Mystici Corporis do Papa Pio XII. 29/06/1943. n. 18.
[11]
Cf. Lumen Gentium, Constituição Dogmática sobre a Igreja. Concílio Vaticano II,
11.
[12]
Cf. Lumen Gentium. 11. Cf. Carta encíclica Mystici Corporis do Papa Pio XII.
29/06/1943. n. 18.
[13]Cf.
CHAUTARD, J. B. A Alma de todo apostolado. São Paulo: FTD. 1962. p. 194-200.
[14]
CORREA DE OLIVEIRA, Plinio. Opera Omnia. São Paulo: Retornarei, 2008. p. 432.
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BRASIL
E O MUNDO
Pesquisa
mostra que os norte-americanos a favor do aborto são cada vez menos
Washington
DC, 24 de maio de 2012 (ACIDIGITAL) - Uma pesquisa revelou esta semana que a
porcentagem de americanos que se identificam como "pro-choice"
(pró-eleição ou a favor do aborto) chegou a seu nível mais baixo.
A
pesquisa da prestigiosa firma Gallup assinala que 41 por cento dos americanos
se identificam com esta postura, com um queda de 6 por cento (47) com respeito
a outra pesquisa de julho de 2011. Em 2006, 51 por cento da população se
declarava a favor do aborto.
A
pesquisa assinala ainda que "a Gallup começou a perguntar aos americanos
se estes se definiam como pro-choice ou pró-vida, com respeito ao aborto, desde
ano 1995. Desde então a identificação mudou e as diferenças foram
reduzidas".
Em
questões de moral, 51 por cento de americanos consideram que abortar está mal,
enquanto que o 38% deles afirma que é moralmente aceitável. Esta perspectiva
virtualmente não variou desde maio de 2011.
Quanto
à legalidade, 72 por cento de americanos afirma que o aborto deve ser legal,
enquanto que 52% considera que deve sê-lo sob certas circunstâncias, enquanto
que 20 por cento manifesta uma posição mais extrema ao considerar que deve ser
legal sob qualquer circunstância.
25
por cento de americanos considera, por sua parte, que o aborto deve ser ilegal
sob qualquer circunstância.
A
pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 6 de maio com uma mostra de 1.024
adultos e uma margem de erro de + ou - 4 por cento.
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BRASIL
E O MUNDO
Tratamento
básico ao HIV pode reduzir 95% dos casos em crianças
Genebra
(RV) - O Programa Conjunto sobre HIV/Aids, Unaids, anunciou que quase 400 mil
crianças nasceram com o vírus em 2010. A agência afirma que o acesso ao
tratamento básico poderia reduzir esse número em mais de 95%.
A
Assembleia Mundial da Saúde está reunida durante toda essa semana em Genebra.
Peritos e ministros dos 22 países com maior número de crianças soropositivas se
encontraram, nesta quarta-feira, para discutir uma estratégia global contra a
infecção infantil do vírus. De acordo com o Programa, desses 22 países com
maior incidência de HIV em crianças, apenas um não faz parte da África
Subsaariana.
O
diretor executivo do Unaids, Michel Sidibé, disse que essa é uma
"oportunidade histórica para que, até 2015, nasça uma geração livre do
vírus".
Em
parceria com o Programa Americano contra Aids, Pepfar, a Unaids reuniu
parceiros em uma iniciativa para acabar com infecções infantis do HIV até 2015,
e também para garantir a saúde das mães soropositivas.
A
presidente da Assembleia Mundial da Saúde, Therese N'Dri-Yoman, disse que
mulheres soropositivas ainda sofrem estigma, e por isso não buscam tratamento
médico. (Onu/ED)
Fonte: Radio Vaticano
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